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Por que os polos aquecem mais rápido?

Por que os polos aquecem mais rápido? Por que os polos estão aquecendo mais rápido do que qualquer outro lugar? Este fenômeno é chamado de "amplificação ...

Por que os polos aquecem mais rápido?
Por que os polos aquecem mais rápido? (Foto: Reprodução)

Por que os polos aquecem mais rápido? Por que os polos estão aquecendo mais rápido do que qualquer outro lugar? Este fenômeno é chamado de "amplificação polar". E ele é explicado por um fator em particular: o albedo – ou coeficiente de reflexão. Coisas brancas como gelo e neve têm alto grau de albedo. Elas refletem a maior parte da radiação solar de volta para o espaço. Já superfícies escuras como a terra e a água têm baixo albedo. Elas aquecem justamente porque absorvem os raios que seriam refletidos em uma superfície branca. Isso pode levar a um círculo vicioso. Quando o gelo nos polos derrete, ele expõe o solo ou o oceano abaixo dele, que absorve calor. Esse calor adicional derrete ainda mais gelo, expondo mais superfícies escuras, que absorvem ainda mais calor e assim por diante. É um ciclo de retroalimentação que desempenha um papel fundamental na amplificação polar. Mas claro que outros fatores também estão envolvidos nisso. Imagem de satélite mostra o glaciar David alimentando a língua de gelo Drygalski, na Antártida Oriental, em março de 2025. União Europeia/Copernicus Sentinel-2 imagery Principais fatores para o aquecimento Um dos fatores que contribuem para a amplificação-polar é transporte de calor dos trópicos para o Ártico e a Antártida. Como o Sol incide mais diretamente no Equador, essa região é mais quente. Com o aumento das temperaturas nos trópicos, as correntes oceânicas e os ventos globais estão mudando — e levando mais calor para os polos. O ar quente e úmido sobe na região equatorial e é levado para o norte e sul. Esse vapor d’água age como gás de efeito estufa, e o ar aquecido consegue reter ainda mais vapor, formando nuvens que prendem o calor próximo ao solo. Outro tipo de efeito de retroalimentação. As diferenças geográficas entre os dois polos fazem com que o aquecimento seja ainda mais dramático no norte: enquanto a Antártica é um continente congelado e cercado por água, o Ártico consiste em uma camada de gelo sobre um oceano raso. Mas as estatísticas preocupam a todos: entre 2002 e 2020, a Antártida perdeu em média 150 bilhões de toneladas de gelo por ano. Já o Ártico está perdendo cerca de 12% da sua área de gelo por década (em comparação com 2010) — e pode ficar sem gelo no verão já nos anos 2030.