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Imagens exclusivas mostram como foi invasão de milicianos armados para matar desafeto internado em hospital no Rio; VÍDEO

Fantástico revela invasão de criminosos armados em hospital do Rio Unidades de saúde no Rio de Janeiro vivem em constante estado de vulnerabilidade diante da...

Imagens exclusivas mostram como foi invasão de milicianos armados para matar desafeto internado em hospital no Rio; VÍDEO
Imagens exclusivas mostram como foi invasão de milicianos armados para matar desafeto internado em hospital no Rio; VÍDEO (Foto: Reprodução)

Fantástico revela invasão de criminosos armados em hospital do Rio Unidades de saúde no Rio de Janeiro vivem em constante estado de vulnerabilidade diante da ação do crime organizado e da milícia. O Fantástico revelou imagens exclusivas da invasão ao Hospital Municipal Pedro II, na Zona Oeste do Rio. Na madrugada da última quinta-feira (18), homens armados invadiram a unidade com o objetivo de matar um paciente internado, expondo como os hospitais se tornam cenários do conflito. A invasão ao Pedro II no Rio O alvo era Lucas Fernandes de Souza, de 31 anos, que havia dado entrada no hospital ferido por cinco tiros. Ele foi atendido na emergência, mas as feridas não representavam risco de vida. A invasão ocorreu às 2h37 da madrugada. A câmera de segurança registrou a chegada de um carro na portaria do hospital. Um dos invasores desceu armado com fuzil e vestia um colete da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado, da Polícia Civil. Segundo a própria polícia, esse homem era um miliciano. Segundo os registros do hospital, os agentes da portaria seguiram os protocolos e pediram para que os invasores se identificassem. O bandido armado com o fuzil desceu e disse que entraria de qualquer jeito para "terminar um serviço", que era matar Lucas. Ele já havia sido preso por extorsão em 2019 e teve ligações com a milícia, mas mudou de lado, se aliando ao tráfico de drogas. Ele era um dos 300 pacientes internados quando a unidade de saúde foi invadida. Dois homens, armados com fuzis, ficaram do lado de fora para dar cobertura. Enquanto outros quatro entraram pelo estacionamento. Eles vestiam casacos pretos com capuz e pareciam portar pistolas. Imagens mostraram que os bandidos usavam luvas médicas. Eles evitaram os elevadores sociais e subiram pelas escadas. Um profissional de saúde confirmou que, aparentemente, ele sabiam onde ficavam os setores do hospital. O grupo foi direto para o segundo andar, onde fica o centro cirúrgico. Dois bandidos abordaram uma funcionária no balcão e perguntaram pelo paciente "Lucas Fernandes de Souza". No entanto, Lucas já havia sido operado e estava em uma enfermaria em outro andar. O profissional de saúde relatou que eles "ficaram rondando, interrogando as pessoas para tentar localizar o indivíduo". A invasão durou sete minutos. Na saída, os criminosos também evitaram os elevadores e fugiram pelo estacionamento, acesso onde ficava o posto de um policial militar de plantão. Lucas Fernandes foi transferido para outro hospital. A Polícia Civil do Rio de Janeiro identificou apenas um dos invasores: o miliciano Erlan Oliveira de Araújo, conhecido como 'Orelha'. Segundo agentes, Orelha foi encontrado morto na noite de sexta-feira (19), supostamente assassinado pelos próprios milicianos como queima de arquivo. Um colete da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado idêntico ao usado na invasão foi encontrado ao lado do corpo. Secretário de Saúde fala sobre invasão ao Hospital Pedro II Medo: atendimentos já foram paralisados 500 vezes O medo ronda hospitais e postos de saúde em todo o Rio. Um levantamento da Secretaria Municipal de Saúde mostrou que, só neste ano, unidades de saúde tiveram que paralisar o trabalho mais de 500 vezes em decorrência tiroteios e outras violências. Daniel Soranz, Secretário Municipal de Saúde, afirmou que "a gente não pode naturalizar isso acontecer na cidade do Rio de Janeiro". Ele citou exemplos de unidades invadidas por traficantes ou policiais em busca de pacientes. Os dados, entretanto, foram motivo de discordância. O Secretário de Estado de Segurança Pública do Rio de Janeiro afirmou a reportagem do Fantástico que só recebeu o ofício com a relação dos 516 casos no dia 18, após a invasão. “Qual é o papel da segurança pública agora? Verificar a procedência da informação. E é isso que nós vamos fazer com cada um dos fatos elencados naquela planilha”, afirmou Victor Santos. “Toda a sociedade sabe do conflito armado (...) toda a imprensa, toda a notícia, todos os moradores e policiais (...) acompanham o problema” — Daniel Soranz, Secretário de Saúde do Rio de Janeiro. Secretários de Castro e Paes trocam farpas após invasão armada a hospital no Rio “A gente não deve politizar dois serviços muito importantes para a população: segurança e saúde pública. Quer trabalhar em conjunto? A Secretaria de Segurança Pública está de portas abertas” — Victor Santos, Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro. Apesar do perigo (o Hospital Pedro II fica em uma área dominada pela milícia), os profissionais de saúde já voltaram ao trabalho. Optando por não se identificar, um deles enfatizou o compromisso: "O serviço não para. Teve a ocorrência, mas a porta está aberta e os pacientes vêm chegando, um atrás do outro. E a gente tem que acolher, é a nossa função".