Trabalho infantil: 1,6 milhão de crianças e adolescentes estavam nessa situação no Brasil em 2024
Número de crianças e adolescentes em trabalhos de alto risco cai para o menor patamar desde 2016 1,6 milhão de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos estava...

Número de crianças e adolescentes em trabalhos de alto risco cai para o menor patamar desde 2016 1,6 milhão de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos estavam em situação de trabalho infantil, no Brasil, em 2024. Um espaço para a criança aprender e entender os próprios direitos. Muitos ali já viveram situações de trabalho infantil. "Eu passava dificuldade em casa e eu queria ajudar a minha mãe", diz uma criança. Em 2024, o trabalho infantil fazia parte da realidade de mais de um 1,6 milhão de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos no país. 34 mil jovens a mais do que em 2023. "Demonstra uma certa estagnação em relação ao movimento que vinha, desde 2016, de queda substantiva desse percentual. Nesse período de aumento da atividade econômica, que aconteceu em 2024, há uma pressão, em especial, na faixa de 16 e 17 anos para que haja o ingresso no mercado de trabalho", diz Vinícius Pinheiro, diretor da OIT para o Brasil. A lei brasileira proíbe qualquer tipo de trabalho até os 13 anos de idade. Com 14 e 15 anos é permitido apenas na condição de aprendiz. Com 16 e 17, só com carteira assinada, mas são proibidas atividades insalubres, perigosas ou em horário noturno. A pesquisa do IBGE também mostrou os impactos na educação. Quase 98% das crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos estudavam, mas esse percentual cai para 89% entre aqueles em situação de trabalho infantil. Há também a desigualdade racial. Jovens pretos ou pardos representam 66% do grupo, enquanto crianças brancas são menos de 33%. Entre 2016 e 2024, o trabalho infantil caiu no país e, em 2024, o número de crianças e adolescentes em atividades de maior risco teve o menor patamar já registrado, mas ainda são 560 mil nessa situação. "Você tem políticas sociais em relação à educação, à proteção social, o fortalecimento da fiscalização, e também políticas relacionadas com a criação de oportunidades de emprego decente para as famílias. Além de soluções também tecnológicas. Tem muitos casos há que uma certa substituição de mão de obra por máquinas em alguns lugares como, por exemplo, o campo, também tem impacto positivo sobre as atividades de menores." Há alguns anos, o Fabrício encontrou nessa ONG o apoio que precisava para parar de trabalhar nas ruas e se dedicar aos estudos. Repórter: Você já tinha se imaginado fazendo faculdade? Fabrício Carvalho, estudante: Não... se não fosse a ONG eu já teria parado de estudar e continuado no trabalho. Hoje, ele já serve de inspiração para os novos, que estão fazendo a mesma escolha. "Agora vou tentar entrar em algum curso, para ter um diploma para mostrar para minha mãe que consegui, o sonho dela. Ela já está cheia de orgulho já", diz um jovem de 16 anos. Trabalho infantil: 1,6 milhão de crianças e adolescentes estavam nessa situação em 2024 Reprodução/TV Globo