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Suspensão de programa de TV inflama debate ideológico deflagrado com o assassinato de Charlie Kirk nos EUA

Suspensão de programa de TV nos EUA inflama tensões políticas após assassinato do influenciador Charlie Kirk A suspensão de um programa de televisão nos E...

Suspensão de programa de TV inflama debate ideológico deflagrado com o assassinato de Charlie Kirk nos EUA
Suspensão de programa de TV inflama debate ideológico deflagrado com o assassinato de Charlie Kirk nos EUA (Foto: Reprodução)

Suspensão de programa de TV nos EUA inflama tensões políticas após assassinato do influenciador Charlie Kirk A suspensão de um programa de televisão nos Estados Unidos inflamou ainda mais as tensões políticas na esteira do assassinato do influenciador Charlie Kirk. O programa da emissora ABC tem mais de 20 anos e começa com um monólogo do apresentador, Jimmy Kimmel, sobre as notícias da semana. Foi assim na segunda-feira, quando o apresentador se manifestou sobre o assassinato de Charlie Kirk e falou sobre o MAGA, a sigla em inglês do movimento de apoiadores do presidente Donald Trump, que significa "Faça a América Grande Novamente". "A gangue do MAGA está desesperada para caracterizar esse garoto que matou Charlie Kirk como algo diferente deles e está fazendo de tudo para tirar proveito político disso." Aliados de Trump e autoridades reagiram às declarações de Kimmel. Nesta quarta-feira (17), Brendan Carr, presidente da Comissão Federal de Comunicações -- que regula o mercado de televisão e rádio nos Estados Unidos --, criticou Kimmel num podcast. Ele afirmou que "essas empresas podem encontrar formas de mudar de conduta, tomar medidas, francamente, em relação a Kimmel, ou vai ser um trabalho a mais para a comissão no futuro". Logo depois, a Nexstar, conglomerado de emissoras regionais que transmitem a programação do canal ABC, se manifestou. Anunciou que não ia mais exibir o programa de Kimmel. Mais tarde, a rede ABC declarou que ia tirar o programa do ar por tempo indeterminado. Trump elogiou a decisão da ABC, na quarta-feira, nas redes sociais e, nesta quinta-feira (18), numa coletiva de imprensa ao lado do primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer. O sindicato que representa atores e outros profissionais do cinema e da televisão condenou o fim do programa e afirmou que a decisão suprime a liberdade de expressão. O ex-presidente americano Barack Obama também reagiu à decisão. "A Primeira Emenda foi criada para prevenir precisamente este tipo de coerção do governo – e as empresas de mídia precisam começar a se posicionar em vez de se render." A Primeira Emenda da Constituição americana é a que protege a liberdade de expressão. O clima político já estava muito tenso antes mesmo da exibição do programa de Jimmy Kimmel. Mas, segunda-feira, o vice-presidente JD Vance comandou um podcast em homenagem a Kirk e anunciou que vai trabalhar para desmantelar as instituições de linha esquerdista. Vance acusa essas organizações de serem responsáveis pela violência que levou ao assassinato de Kirk. No podcast, ele sugeriu que poderia acabar com a isenção fiscal de algumas instituições filantrópicas. Em resposta, mais de 120 instituições filantrópicas publicaram uma carta aberta. Afirmaram que atos como os assassinatos do ativista Charlie Kirk não têm lugar na democracia americana e que os Estados Unidos foram construídos com a premissa de que todos têm o direito de se expressar e que ninguém pode temer pela segurança por isso. O professor Matthew Dallek, da Universidade George Washington, considera que o momento pede uma postura diferente dos líderes políticos -- com um apelo para o fim da violência --, tanto por republicanos quanto por democratas. O professor também defendeu regras de controle de acesso a armas de maior potência, usadas com frequência crescente. Ele diz que não há essa perspectiva, mas isso faria diferença. Filipe Campante, professor da Universidade Johns Hopkins, concorda. "A violência política muitas vezes tem esse aspecto contagioso que há atos de violência gerando ou incentivando mais atos de violência. Então, acho que por aí acho que isso explica um pouco essa preocupação de muitas pessoas e correntes e tal, de tentar um pouco frear um pouco a escalada de ações dessas ações." Suspensão de programa de TV nos EUA inflama tensões políticas após assassinato do influenciador Charlie Kirk