Putin oferece a Trump estender acordo de controle de armas nucleares com os EUA
Presidente da Rússia, Vladimir Putin, preside reunião do Conselho de Segurança russo em Moscou em 22 de setembro de 2025. Sputnik/Alexander Kazakov/Pool via ...

Presidente da Rússia, Vladimir Putin, preside reunião do Conselho de Segurança russo em Moscou em 22 de setembro de 2025. Sputnik/Alexander Kazakov/Pool via REUTERS O presidente russo Vladimir Putin disse nesta segunda-feira (22) estar pronto para prorrogar por um ano um tratado de controle de armas entre a Rússia e os Estados Unidos, que limita o número de armas nucleares dos dois países, se o presidente americano, Donald Trump, fizer o mesmo. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp O Novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas, ou New START, estabelece limites para o número de ogivas nucleares estratégicas que EUA e Rússia podem manter em seus arsenais ou implantadas em mísseis e armamentos militares ativos. O New START é o último tratado sobre controle de armas em vigor entre as duas maiores potências nucleares do mundo e tem previsão para expirar em 5 de fevereiro de 2026. (Leia mais sobre o tratado abaixo) “A Rússia está preparada para continuar a cumprir os limites numéricos centrais previstos no Tratado New START por um ano após 5 de fevereiro de 2026. Posteriormente, com base em uma análise da situação, tomaremos uma decisão sobre manter ou não essas restrições autoimpostas de forma voluntária”, disse o presidente russo durante reunião do Conselho de Segurança do governo russo em Moscou. Os Estados Unidos e a Rússia são as duas maiores potências nucleares do mundo e têm mais de cinco mil ogivas nucleares cada, segundo dados divulgados pelo Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri) em janeiro deste ano. A pouco mais de quatro meses do vencimento, EUA e Rússia não iniciaram negociações para renovar ou reformular o tratado. Esse cenário se formou por conta de uma deterioração das relações entre os dois por conta da guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022 após invasão russa em território ucraniano —essa piora nas relações culminou na suspensão do acordo New START por Putin, em fevereiro de 2023. Há tentativas de reparação das relações bilaterais, como o encontro entre Trump e Putin no Alasca em agosto, porém esse é um processo trabalhoso e cercado de tensões. Trump disse nos últimos meses ter desejo de firmar um novo acordo de controle de armas nucleares com a Rússia que também inclua a China —que emprega franca expansão de seu arsenal nuclear—, porém essa ideia ainda não saiu do papel. Putin culpou esse cenário por "ações destrutivas e desestabilizadoras do Ocidente" e disse estar disposto a estender o tratado por um ano após seu vencimento em prol da não proliferação global de armas nucleares e para ajudar a impulsionar o diálogo com Washington sobre um eventual próximo tratado nuclear. No entanto, o presidente russo disse que a extensão temporária do New START só seria possível se os EUA "não tomem medidas que prejudiquem ou violem o equilíbrio existente das capacidades de dissuasão". O presidente Trump não se manifestou sobre a proposta de Putin até a última atualização desta reportagem. O que é o tratado New START? Míssil intercontinental balístico russo Yars é lançado em exercício de guerra nuclear em Plesetsk, em 2022 Ministério da Defesa da Rússia/AP Photo Assinado em 2010 pelos presidentes Barack Obama e Dmitry Medvedev, o tratado New START limita o número de ogivas nucleares estratégicas que os Estados Unidos e a Rússia podem implantar em mísseis ou armamentos militares. O acordo entrou em vigor em 2011 e foi estendido em 2021 por mais cinco anos após a posse de Joe Biden. O acordo permite o acesso de inspetores dos EUA e da Rússia aos armamentos, para garantir que ambos os lados estejam cumprindo o tratado. Sob o acordo, Moscou e Washington se comprometem a não implantar mais do que 1.550 ogivas nucleares estratégicas e 700 mísseis e bombardeiros de longo alcance. Cada lado pode realizar até 18 inspeções de locais estratégicos de armas nucleares a cada ano para garantir que o outro não tenha violado os limites do tratado. No entanto, as inspeções sob o acordo foram suspensas em março de 2020 por causa da pandemia da Covid-19. As negociações entre Moscou e Washington sobre a retomada das inspeções deveriam ocorrer em novembro de 2022 no Egito, porém a Rússia as adiou e nenhum dos lados estabeleceu uma nova data. Vídeos em alta g1