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Programas de bolsas transformam vidas e ampliam inclusão

Em Maringá (PR), uma instituição de ensino superior tem se destacado por suas políticas de bolsas de estudo que contemplam diferentes segmentos da populaç...

Programas de bolsas transformam vidas e ampliam inclusão
Programas de bolsas transformam vidas e ampliam inclusão (Foto: Reprodução)

Em Maringá (PR), uma instituição de ensino superior tem se destacado por suas políticas de bolsas de estudo que contemplam diferentes segmentos da população — estrangeiros residentes na cidade, jovens de baixa renda, atletas e pacientes renais em tratamento. Esses programas demonstram como a educação, quando planejada com inclusão, pode gerar impactos sociais positivos profundos, não apenas para os estudantes com bolsas, mas para toda a comunidade. Entre as ações oferecidas estão: bolsas integrais para estrangeiros residentes na região para diversos cursos como Administração, Fisioterapia, Biomedicina, Engenharia e Pedagogia; o Projeto ReAprender em parceria com a Associação Renal Vida, voltado a pacientes renais e seus dependentes com cursos gratuitos e suporte para que mantenham sua formação mesmo durante terapias; concessão de bolsas para jovens do Promec com bom desempenho acadêmico, e apoio a atletas do time de handebol de Maringá, que conciliam treinos e graduação. Para o reitor do Centro Universitário Cidade Verde (UniCV), José Carlos Barbieri, “nosso compromisso é usar a educação como ponte para inclusão e desenvolvimento. Quando damos uma bolsa, não oferecemos apenas um curso, mas uma nova perspectiva de futuro para o estudante e para toda a comunidade em que ele está inserido.” A aluna da Promec, Maria Eduarda Bueno, acrescenta: “essa bolsa mudou a minha vida. Hoje posso sonhar com uma carreira e no futuro poderei retribuir o que recebi para a sociedade.” Já o atleta do handebol, Gustavo Damaceno, comenta: “o incentivo acadêmico nos motiva a dar o melhor em quadra e nas salas de aula.” E o idealizador do Projeto ReAprender, Fabiel Furtado da Rocha, observa: “a educação traz autoestima, novas habilidades e até oportunidades de trabalho para pessoas que muitas vezes se sentem limitadas pelo tratamento de saúde.” Os programas locais são importantes, mas se inserem num contexto nacional que mostra avanços — e ainda muitos desafios. De acordo com dados do IBGE, apenas 18,4% da população com 25 anos ou mais tinha ensino superior completo em 2022, embora esse percentual seja praticamente três vezes maior do que o registrado em 2000. Além disso, em 2024, cerca de 20,5% das pessoas de 25 anos ou mais haviam concluído o ensino superior, o que indica leve crescimento. Também se observa que 72,6% dos que frequentaram o ensino médio provenham de escolas públicas, outro dado relevante para políticas de bolsa que visem reduzir desigualdades. O governo federal possui programas que complementam esse cenário, como o Bolsa Permanência, que atende estudantes indígenas, quilombolas e outros em situação de vulnerabilidade socioeconômica, oferecendo auxílio mensal que pode chegar a R$ 1.400 para alguns grupos. Há também iniciativas como Sisu, Prouni, políticas de cotas e expansão da educação a distância, que contribuíram para que mais pessoas de baixa renda ou de regiões menos favorecidas tivessem acesso à graduação. O que essas estatísticas revelam é que, ainda que o acesso ao ensino superior tenha melhorado, ele permanece restrito: não é a maioria que conclui graduação, e há desigualdades expressivas por cor, raça, renda e local de residência. Nesse cenário, os programas de bolsas que focam em públicos específicos (estrangeiros residentes, atletas, pacientes com doenças crônicas, jovens vulneráveis) atuam como mecanismos de regulação social. Além do acesso, há retorno comunitário: formados ou em formação, esses alunos tendem a gerar benefícios locais — exercício profissional em saúde, educação, serviços; estímulo ao esporte; promoção de engajamento social; inclusão de migrantes; melhoria da saúde mental e da autoestima; fortalecimento da cultura de que estudar vale a pena, mesmo diante das adversidades.