Presídio Federal de Campo Grande recebe líderes de corrupção da mineração em Minas
Comboio de viaturas da Polícia Penal Federal que faem a escolta do trio transferido para Campo Grande. José Aparecido/TV Morena Os três homens apontados pela...

Comboio de viaturas da Polícia Penal Federal que faem a escolta do trio transferido para Campo Grande. José Aparecido/TV Morena Os três homens apontados pela Polícia Federal como chefes de um esquema de corrupção no setor de mineração em Minas Gerais chegaram ao Presídio Federal de Campo Grande na noite deste sábado (20). Segundo autoridades, esta é a primeira vez que a Justiça autoriza a transferência de presos por crimes ambientais para um presídio federal de segurança máxima. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MS no WhatsApp Os presos transferidos são: Alan Cavalcante do Nascimento, apontado como chefe do grupo criminoso; João Alberto Paixão Lages, sócio de empresa e articulador do esquema; Helder Adriano de Freitas, responsável por articular a fraude com servidores públicos e órgãos ambientais. O trio é investigado por organização criminosa, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, crimes ambientais e crimes contra a ordem econômica. O avião com os presos deixou o Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, às 12h (de MS). Eles chegaram ao presídio em Campo Grande por volta das 18h35. Um comboio de quatro viaturas da Polícia Penal Federal fez a escolta até o presídio. Os três passarão por procedimentos normais, sem Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Ficarão isolados por 20 dias para fins de triagem multissetorial, em seguida, serão encaminhados ao pavilhão onde poderão ter contato em banho de sol com no máximo 12 presos, de duas horas diariamente. Podem receber visita por três horas semanalmente e advogado por uma hora, podendo ser semanal. No Presídio Federal de Campo Grande, também estão outros presos de destaque, como: Rogério de Andrade, contraventor e patrono da Mocidade Independente de Padre Miguel; Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, miliciano do Rio; Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, chefe do Comando Vermelho; Adélio Bispo, autor da facada contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2018. Outros criminosos conhecidos também passaram pela penitenciária, como o Deputado federal Chiquinho Brazão, apontado como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e o traficante Fernandinho Beira-Mar. Cela padrão do Presídio Federal de Campo Grande (MS) Reprodução Operação Rejeito O trio faz parte dos 16 presos da Operação Rejeito, deflagrada na última quarta-feira (17). O esquema movimentou bilhões de reais. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 1,5 bilhão ligado aos envolvidos. A investigação atingiu o alto escalão do governo de Romeu Zema (Novo). Pelo menos quatro dirigentes de órgãos ambientais e de patrimônio estaduais foram afastados ou exonerados após citações nas apurações. Na quinta-feira (18), o governador de Minas Gerais afirmou que a Controladoria-Geral do Estado (CGE) já suspeitava do esquema e que espera uma "punição exemplar" aos envolvidos. "Estamos dando todo apoio às investigações. Já havia suspeita por parte da Controladoria-Geral do Estado, que já estava fazendo diversas averiguações. E eu espero que haja uma punição exemplar para aqueles que realmente estejam envolvidos em qualquer ato ilegal", disse Zema. Em nota, o governo de Minas disse que "não compactua com desvios de conduta de servidores" e que adotou medidas administrativas, incluindo exonerações e afastamentos. A investigação revelou uma organização criminosa que liberava licenças ambientais fraudulentas para exploração mineral. O esquema envolvia propina, empresas de fachada, "laranjas", servidores públicos e empresários. Entre os presos está Caio Mario Seabra, diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM). O diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM) Caio Mário Seabra, também foi preso na operação. Infográfico - Operação Rejeito, da Polícia Federal, revelou esquema de mineração ilegal em MG Arte/g1 Veja vídeos de Mato Grosso do Sul: