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Mulher que se arriscou em queimada no interior de SP para salvar animais tem casa de lona destruída por fogo

Incêndio devasta casas e plantações de acampados em área do Incra A mulher que se arriscou em uma queimada na tarde desta terça-feira (16) para salvar os a...

Mulher que se arriscou em queimada no interior de SP para salvar animais tem casa de lona destruída por fogo
Mulher que se arriscou em queimada no interior de SP para salvar animais tem casa de lona destruída por fogo (Foto: Reprodução)

Incêndio devasta casas e plantações de acampados em área do Incra A mulher que se arriscou em uma queimada na tarde desta terça-feira (16) para salvar os animais no acampamento onde vive com o marido teve a casa de lona parcialmente destruída pelo fogo na zona rural de Colômbia (SP). A agricultora Sebastiana Aparecida Chagas é quem aparece chorando em um vídeo, caminhando perto do fogo enquanto um brigadista consegue convencê-la a se afastar das chamas. O vento forte ajudou a espalhar o fogo mais rápido e ele alcançou a casa do casal. O material comprado para servir de parede na estrutura foi queimado e ainda está sendo pago. “Queimou tudo e me deu desespero. A gente faz com poucas condições para acabar desse jeito. Foi tudo embora. Eu estou até pagando ainda as prestações dos materiais [lonas]. Estava tudo feitinho, arrumadinho. Estava bonitinha já minha casa. Começar tudo de novo com fé em Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora Aparecida”, diz. Faça parte do canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp A agricultora Sebastiana Aparecida Chagas teve a casa de lona parcialmente destruída por fogo em Colômbia, SP Aurélio Sal/EPTV Sebastiana conta que tentou salvar as criações, como galinhas, gato e cachorro, mas que faltaram forças ao ver o tamanho da destruição. “As minhas criação (sic) e as que eu via saindo voando, pelejando para sair do fogo. Eu sofri demais. Muito triste, não quero ver outra vez. Na hora eu fiquei com medo, fiquei nervosa, eu não conseguia nem andar, para falar a verdade. Perdi a força das minhas pernas, não andava, muito triste”, afirma. LEIA TAMBÉM: Moradora de acampamento se arrisca em incêndio para salvar animais; VÍDEO Fumaça, poeira: qualidade do ar em Ribeirão Preto varia de ruim a moderada Mais prejuízo A agricultora mora no Acampamento Luís Gustavo Henrique, área de posse do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), conhecida como Fazenda Colômbia. Segundo a Defesa Civil, diversas famílias aguardam regularização da área há anos. O agricultor Luiz Antônio Chagas perdeu as mudas de mandioca queimadas em Colômbia, SP Aurélio Sal/EPTV As mudas de mandioca plantadas há um ano pelo marido dela, Luiz Antônio Chagas, já estavam prontas para serem replantadas. A ideia era vendê-las a outros produtores, o que traria renda ao casal. “Agora eu vou ter que trabalhar para fora, vai ser o melhor jeito para mim. É triste, porque eu levei um ano para formar a mandioca, para fazer as mudas, e agora eu perdi as mudas. Vou arrancar e jogar fora. Vou tentar recuperar alguma mandioca”, diz o produtor rural. Defesa Civil vê indícios de crime Segundo a Defesa Civil de Colômbia, o fogo começou por volta das 10h e se alastrou rapidamente, chegando próximo das casas no acampamento. A coordenadora Maria Inácia Macedo Freitas diz que há indícios de que o incêndio tenha origem criminosa. Um boletim de ocorrência foi registrado. “São vários focos simultâneos em locais diferentes. Se você pegar imagens de satélites do Inpe, do Aqua, você vê que são vários focos ao mesmo tempo e é impossível esses focos saírem ao mesmo tempo sem uma ação humana ou coordenada”, afirma. Fogo destruiu três casas em acampamento na zona rural de Colômbia, SP Aurélio Sal/EPTV De acordo com Maria Inácia, a fazenda tem 1,9 mil hectares, sendo que mais de 600 estão improdutivos por causa da falta de regularização, aguardada há anos. Ela afirma que o Incra tem a posse da área, mas não é dono da terra. Consequentemente, não é possível assentar as famílias. A coordenadora afirma que a indefinição sobre a situação da terra causa conflitos. “Tem pessoas descontentes que foram desclassificadas ou pessoas que já perderam o lugar e foram embora e quiseram voltar. Hoje mesmo nós tivemos um servidor agredido. Esse servidor que ajudou a dona Sebastiana em outro momento ele foi agredido com uma ferramenta de uso manual só que ele conseguiu se defender, ele correu. Aqui tem pessoas de bem que estão produzindo, como a dona Sebastiana e o seu esposo, e assim várias famílias”, diz. Procurado, o Incra informou que 192 famílias estão cadastradas para serem assentadas e disse que o processo de seleção está em tramitação. Cavalo em área queimada na zona rural de Colômbia, SP Aurélio Sal/EPTV Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão e Franca Vídeos: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região