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Mostra 'Tybyras' leva arte queer da Amazônia a Marabá com obras inéditas

O paraense Henrique Montagne assina a exposição individual "Tybyras, Caminhos de uma Amazônia Queer” Tereza Maciel A exposição “Tybyras: Caminhos de um...

Mostra 'Tybyras' leva arte queer da Amazônia a Marabá com obras inéditas
Mostra 'Tybyras' leva arte queer da Amazônia a Marabá com obras inéditas (Foto: Reprodução)

O paraense Henrique Montagne assina a exposição individual "Tybyras, Caminhos de uma Amazônia Queer” Tereza Maciel A exposição “Tybyras: Caminhos de uma Amazônia Queer”, do artista paraense Henrique Montagne, está em cartaz em Marabá, no Pontal Instituto Cultural, até o dia 17 de outubro. Depois de estrear em Belém, a mostra inicia na cidade sua circulação pela Amazônia e pelo Brasil, trazendo duas obras inéditas criadas especialmente para esta etapa. a mostra parte da história de Tibira do Maranhão, indígena Tupinambá executado no Brasil Colônia por viver sua identidade diversa. O termo “tibira” ressurge aqui como símbolo de resistência e diversidade, conectando corpo, floresta e ancestralidade. Para erguer “Tybyras”, o artista percorreu territórios amazônicos como Mairi (Belém), Ilha do Marajó, Carajás e Tapajós, reunindo histórias de pessoas LGBTQ+ indígenas, ribeirinhas, mestiças e caboclas. Dessa experiência, nasceu um aldeamento coletivo de memórias e identidades, onde a arte se coloca como espaço de cura e resistência frente aos apagamentos coloniais. Obra da mostra "Tybyras", de Henrique Montagne Divulgação Obras inéditas em Marabá A primeira novidade é “Onde estou”, inspirada no ouro de tolo — pedra de aparência dourada, mas de baixo valor. Usando pedras coletadas na região de Carajás pintadas com spray dourado, Montagne constrói uma metáfora crítica sobre a exploração mineral que marca o território. “O que brilha por fora é falso. O verdadeiro valor está no que está por dentro — a natureza, as pessoas, a cultura”, diz o artista. A segunda obra apresenta um grupo de figuras femininas que encaram o espectador com intensidade. Suas vestimentas misturam referências indígenas e contemporâneas, evocando identidades fluidas que podem ser lidas como drag queens, transformistas ou transexuais indígenas. Inspirado também na etimologia da palavra “Marabá”, Montagne reimagina essas personagens como parte de um coletivo performático indígena, projetando um futuro possível em que corpos diversos fossem celebrados antes da colonização. Marabá no percurso criativo Trazer a mostra para Marabá tem um significado especial, já que a cidade fez parte do processo de pesquisa e criação. “Passei por Marabá durante minha pesquisa e agora é uma forma de devolver esse trabalho e respeitar esses processos. É muito importante trazer esses debates para além da capital, expandindo diálogos sobre sexualidade, gênero, biologia, clima e história colonial, sempre conectando à diversidade e à resistência na Amazônia”, destaca Montagne. Serviço Exposição “Tybyras: Caminhos de uma Amazônia Queer” – Henrique Montagne 📍 Local: Pontal Instituto Cultural, Marabá – PA 📅 Visitação: 19 de setembro a 17 de outubro de 2025 🕗 Horário: terça a domingo, das 9h às 18h 💰 Entrada gratuita VÍDEOS: veja todas as notícias do Pará