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Mais de metade das emendas liberadas pelo governo federal na última semana foi para partidos do Centrão

Ao todo, governo liberou R$ 3,13 bilhões em emendas no ano e pagou R$ 940 milhões. Liberação dos recursos fez parte de esforço para reverter votação que ...

Mais de metade das emendas liberadas pelo governo federal na última semana foi para partidos do Centrão
Mais de metade das emendas liberadas pelo governo federal na última semana foi para partidos do Centrão (Foto: Reprodução)

Ao todo, governo liberou R$ 3,13 bilhões em emendas no ano e pagou R$ 940 milhões. Liberação dos recursos fez parte de esforço para reverter votação que derrubou alta do IOF. O final do mês de junho registrou a maior liberação de emendas parlamentares deste ano. Só na última semana do mês foram R$ 2,3 bilhões. Motta usa redes sociais para rebater críticas ao Congresso por derrubada do IOF Destes, 53% foram destinados aos partidos do chamado Centrão, um bloco informal na Câmara dos Deputados que reúne parlamentares de legendas de centro e centro-direita. Em relação aos valores efetivamente pagos, o percentual referente aos partidos do grupo chega a 59%. 📄 Emendas empenhadas: são aquelas que o governo reserva para poderem ser executadas. Nem sempre o valor liberado refere-se ao total solicitado na emenda. 📝 Emendas liquidadas: aquelas que já foram autorizadas a serem executadas. 💵 Emendas pagas: tudo o que foi pago na execução do pretendido pela emenda. Distribuição de emendas parlamentares empenhadas na última semana de junho 💰Até o momento, ainda de acordo com o Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop), o governo já empenhou mais de R$ 3,13 bilhões para o pagamento de emendas – dos quais 54% destinados a partidos do Centrão. O montante efetivamente pago é, no entanto, menor: cerca de R$ 940 milhões. 💸A maior parte dos valores reservados pelo governo é de emendas individuais — impositivas e indicadas por um único parlamentar. Não há recursos empenhados para emendas de comissões, que desde o ano passado vem sendo alvo de críticas e reclamações por parte do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao todo, os parlamentares registraram 8.861 emendas. Desse total, 1.510 foram empenhadas, 560 liquidadas e 492 pagas. Desse total pago, apenas três eram emendas de bancadas, totalizando R$ 2,2 milhões. O restante, R$ 938 milhões, foi pago em emendas individuais. Grupos políticos Historicamente, os partidos políticos se enquadram em três diferentes grupos: base, oposição e Centrão. Os partidos da base são aqueles que apoiam o governo dentro do Congresso Nacional. Hoje, a base é composta por partidos como o PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PSB, do vice-presidente Geraldo Alckmin, e partidos como PC do B, PV e PSOL. A oposição é composta por legendas que divergem das pautas propostas pelo governo. A mais proeminente é o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas o Novo também integra o grupo. Já o Centrão é o grupo parlamentar que flutua entre os dois lados. Isso significa, por exemplo, ter representantes no comando de ministérios, mas nem sempre votar em concordância com o governo. São os casos de PP, União Brasil, PSD e Republicanos. Com as posições variáveis dos partidos do Centrão, é comum que parte do esforço para convencer parlamentares do grupo a apoiarem medidas propostas pelo Executivo envolva a liberação de emendas. Em meio à crise com Lula, União Brasil pressiona pelos Correios e Banco do Brasil Individualmente, no entanto, foi um partido da oposição – o PL– o mais beneficiado com emendas liberadas dentre todas as representações partidárias no Legislativo. O partido, que tem a maior bancada no Congresso, foi responsável por 17,7% de todas emendas indicadas liberadas, totalizando R$ 418 milhões esta semana e R$ 520 milhões ao todo. Distribuição por partido das emendas parlamentares liberadas na última semana de junho Em seguida aparecem MDB (11,8%), PSD (11,7%) e PT (11,5%) entre os partidos mais beneficiados com liberação de emenda. Essa divisão aponta para o esforço feito pelo governo federal para tentar evitar uma derrota na votação do projeto que derrubou os decretos do presidente Lula sobre o IOF. Câmara e Senado, no entanto, votaram em peso para derrubar as medidas. Em um recorte com base nas Casas Legislativas, a proporção de distribuição de emendas empenhadas se mantém próxima. Distribuição de emendas parlamentares empenhadas por grupo em cada Casa Legislativa Na Câmara dos Deputados, onde R$ 2,3 bilhões em emendas dos deputados federais foram liberados pelo governo, 57% se destinaram a atender os partidos do Centrão, com 26% para partidos da base de apoio e 17% para a oposição. No Senado, o Centrão também dominou a distribuição das emendas, com 46% do total. A base do governo no Senado, que é maior e tem trabalhado mais para conseguir reverter situações negativas, foi mais lembrada e aparece com 37% do percentual total liberado. Os demais 16% se destinaram à oposição. Emendas pagas Entre os pagamentos efetivamente realizados pelo governo federal, o domínio nas emendas individuais impositivas é do União Brasil, partido do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP). Em semana marcada por derrotas no Congresso, governo libera R$ 1,5 bilhão em emendas parlamentares Ao todo, o governo pagou R$ 130 milhões para o partido. O PSD vem em seguida, com R$ 118 milhões, quase empatado com o PL, que recebeu R$ 117 milhões. O PT aparece apenas na quinta posição, com R$ 99 milhões liberados, atrás do MDB (R$ 108 milhões). Na Câmara dos Deputados, onde R$ 702 milhões em emendas dos deputados federais foram pagas pego governo, 58% foram destinados para atender a partidos do Centrão, com 28% para deputados da da base aliada e 14% para a oposição.