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Jovem muda rotina para conciliar descanso e estudo na preparação para prestar medicina: 'Tem que ter controle psicológico'

Simulado realizado na Unicamp, em Campinas (SP), buscou se aproximar da experiência do vestibular da universidade. Bárbara Camilotti/g1 Aos 19 anos, Letícia ...

Jovem muda rotina para conciliar descanso e estudo na preparação para prestar medicina: 'Tem que ter controle psicológico'
Jovem muda rotina para conciliar descanso e estudo na preparação para prestar medicina: 'Tem que ter controle psicológico' (Foto: Reprodução)

Simulado realizado na Unicamp, em Campinas (SP), buscou se aproximar da experiência do vestibular da universidade. Bárbara Camilotti/g1 Aos 19 anos, Letícia Santiago Raimundo transformou sua rotina para cuidar da saúde mental e reduzir a ansiedade na busca por uma vaga no curso de medicina. A dedicação vai além dos estudos: a jovem busca manter o equilíbrio físico e emocional durante o processo. Confira abaixo. "Quando você está muito focado no vestibular, você começa a controlar tudo. Você começa a pensar como vai ser o seu melhor na prova. Então você organiza a alimentação, a academia, a rotina de saúde, do sono", comenta a estudante. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Campinas no WhatsApp Letícia foi uma das estudantes que participou de um simulado que buscou se aproximar da experiência do vestibular da Unicamp, realizado neste domingo (21) no Ciclo Básico I da universidade, em Campinas (SP). A 35 dias da prova, marcada para o dia 26 de outubro, o teste funcionou como uma simulação prática - e preparo psicológico. O simulado foi realizado pela Oficina do Estudante e foi aberto a candidatos externos. No total, foram inscritos 754 pessoas de Campinas e cidades da região. Rotina de estudo e descanso Aos 19 anos, Letícia Santiago Raimundo transformou sua rotina para cuidar da saúde mental e reduzir a ansiedade na busca por uma vaga no curso de Medicina. Bárbara Camilotti/g1 A maior mudança, segundo Letícia, foi estabelecer uma rotina de estudos bem definida, com horários para o cursinho, para o estudo em casa e também para o descanso. "Voltar a minha rotina para o cursinho mesmo, colocar os horários certinhos para eu estudar, e no final de semana me organizar para conseguir descansar, ficar com a minha família, mas estudar em casa também", resume. No cursinho, a estudante participa de simulados semanais, que ajudam a simular o dia real da prova e diminuir o nervosismo. Para ela, o controle emocional é essencial para quem busca uma vaga em cursos concorridos. “Você tem que ter muito controle do seu psicológico na hora da prova, tentar ser o mais racional possível, para lembrar de todos os seus conhecimentos durante o ano e conseguir mostrar na prova aquilo que você realmente sabe, o seu potencial”, afirma. LEIA TAMBÉM Unicamp 2026: veja ranking de cursos mais concorridos do vestibular Entenda quais as formas de ingresso na Unicamp além do vestibular tradicional Obstáculos físicos e emocionais Os estudantes Lívia Azanha, Gustavo Carnaúba e Ana Clara Rodrigues apontam obstáculos e preparo para o vestibular da Unicamp, em Campinas (SP). Bárbara Camilotti/g1 Gustavo Carnaúba, de 19 anos, também é candidato ao curso de Medicina e já acumula experiência em provas simuladas e vestibulares. Ele destaca que o maior desafio é manter a concentração durante as cinco horas de prova. “A Unicamp tem essa dificuldade do horário novo. Até a questão de fome, você ter sede, são 5 horas de prova, então acaba pesando um pouco em cima do corpo. Especialmente na concentração, você conseguir ficar 5 horas fazendo um monte de questão”, afirma. Ana Clara Camargo Rodrigues, de 17 anos, também vê no simulado uma oportunidade de se preparar emocionalmente. Ela quer cursar Fisioterapia e já enfrentou a prova da Unicamp anteriormente, como forma de treino. Para ela, a dificuldade é a confiança. “Eu sabia resolver um monte de questões, só que o nervosismo acabou afetando e aí eu não consegui responder como desejava”, conta. Aos 18 anos, Lívia Azanha já faz as provas em vestibulares e simulados há três anos, mesmo antes de concluir o Ensino Médio. Ela sonha em cursar Medicina e acredita que começar cedo é uma estratégia essencial para lidar com os desafios da prova. “Prestar vestibular desde o primeiro ano já é um treino pra, quando chegar a vez no terceiro ano, você já estar bem preparado com o psicológico. Você já vai ficar acostumado com o estilão do vestibular", comenta. “Agora já estou mais familiarizada”, conclui. A preparação também envolve a família. Jaqueline dos Anjos, mãe das gêmeas Alexa e Diana, acompanha de perto a jornada das filhas, que tentam pela segunda vez ingressar nos cursos de Engenharia Química e Engenharia de Produção. “Mesmo sendo só um teste, é a mesma tensão e o mesmo estímulo como se fosse pra valer. O apoio é muito forte, estou aqui, vigilante, pra poder dar estímulo pra elas e mostrar que elas não estão sozinhas”, diz. "O apoio é muito forte, estou aqui", afirma a mãe Jaqueline dos Anjos. Bárbara Camilotti/g1 Estratégias para lidar com a ansiedade Para Pâmella Correia, psicóloga e orientadora profissional, as gerações mais novas demonstram preocupação maior em relação à saúde mental. "Eles têm mais conhecimento e sabem nomear algumas coisas a mais, que estão angustiados e tudo mais", afirma. A psicóloga destaca que o perído de vestibular pode ser marcado por pressão e ansiedade porque carrega um peso simbólico forte. “Desde a infância, a escolha da profissão é tratada como uma brincadeira. Na adolescência, isso faz parte de um papel social que vai conter o que eu vou fazer quando crescer, qual vai ser a minha ocupação, o meu valor diante das pessoas e o contexto da minha felicidade”, avalia. Esse cenário pode gerar uma sensação de que é preciso acertar de primeira — e que qualquer erro representa perda de tempo e atraso em relação aos colegas. Para Pâmella, identificar sintomas e formas de regulação, além de evitar o isolamento, são importantes para lidar com o nervosismo. "Pedir pra ir ao banheiro e lavar o rosto, olhar um pouquinho à minha volta, observar os objetos, são coisas que dá pra fazer em casa e no contexto do vestibular. E é importante um equilíbrio de contextos, então eu vou estudar e eu vou ter tempo pra sair com os amigos, pra estar com a família, fazer uma leitura, ou para o meu sono de qualidade", ressalta. Participar de simulados e criar simulações do dia da prova também são estratégias que podem contribuir para a redução da ansiedade. "Eu preciso ter controle da minha respiração, olhar pro ambiente e ver que tem outras pessoas que estão na mesma situação, que também estão nervosas. É uma humanização desse grande dia, pra que esse cenário seja mais conhecido e vá tirando o peso da fantasia do grande dia", conclui. Unicamp divulga calendário do vestibular 2026 VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região Veja mais notícias sobre a região no g1 Campinas