Governo paga quase meio bilhão em emendas em um dia; Alcolumbre, com R$ 20 milhões, foi quem mais recebeu
Planalto pagou, na sexta-feira, R$ 474 milhões em emendas indicadas por congressistas. Recursos solicitados por presidente do Senado devem ser alocados na saú...

Planalto pagou, na sexta-feira, R$ 474 milhões em emendas indicadas por congressistas. Recursos solicitados por presidente do Senado devem ser alocados na saúde do Amapá. Lula e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre Ricardo Stuckert/Presidência da República O governo federal pagou, na última sexta-feira (27), R$ 474 milhões em emendas indicadas por deputados e senadores. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), foi o parlamentar que mais teve emendas pagas no dia. O pagamento de emendas parlamentares da última sexta foi o maior em um único dia neste ano. Antes, o dia com maior pagamento era 23 de junho, R$ 403 milhões. Os dados são Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop), ligado ao Ministério do Planejamento e Orçamento. 💰Até o momento, de acordo com o Siop, o governo já empenhou mais de R$ 3 bilhões para o pagamento de emendas. O montante efetivamente pago é, no entanto, menor: cerca de R$ 940 milhões. 💸A maior parte dos valores reservados pelo governo é de emendas individuais — impositivas e indicadas por um único parlamentar. Porém, nenhuma emenda de comissão, que desde o ano passado vem sendo alvo de questionamentos por parte do Supremo Tribunal Federal (STF), foi reservada. 🔎 Emendas empenhadas: são aquelas que o governo reserva para serem executadas. Nem sempre o valor liberado refere-se ao total solicitado na emenda. 🔎 Emendas liquidadas: aquelas que já foram autorizadas a serem executadas. 🔎 Emendas pagas: tudo o que foi pago na execução do projeto pretendido pela emenda. Lista Veja a lista dos parlamentares que mais tiveram emendas pagas na última sexta-feira: Senador Davi Alcolumbre (União-AP) - R$ 20,5 milhões Senador Eduardo Braga (MDB-AM) - R$ 9 milhões Senador Styvenson Valentim (PSDB-RN) - R$ 7 milhões Senador Renan Calheiros (MDB-AL) - R$ 6,5 milhões Deputado Sérgio Brito (PSD-BA) - R$ 5,5 milhões Deputado Paulão (PT-AL) - R$ 5,1 milhões Senador Plínio Valério (PSDB-AM) - R$ 5 milhões Deputado Jeferson Rodrigues (Republicanos-GO) - R$ 4,8 milhões Senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) - R$ 4,8 milhões Deputado Cláudio Cajado (PP-BA) - R$ 4,7 milhões Senador Weverton (PDT-MA) - R$ 4,7 milhões Senador Wilder Morais (PL-MT) - R$ 4,7 milhões Emendas pagas Em semana marcada por derrotas no Congresso, governo libera R$ 1,5 bilhão em emendas parlamentares De acordo com os dados, na sexta-feira, foram pagas 149 emendas parlamentares, todas individuais. Foram R$ 343 milhões para deputados federais e R$ 131 milhões para senadores. Apesar das rusgas criadas entre o governo federal e Alcolumbre na semana passada – em função da votação do projeto que derrubou os decretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o IOF – o parlamentar foi quem mais teve emendas pagas, foram R$ 20.551.536,00. Por outro lado, o parlamentar que mais teve emendas pagas até o momento é o senador da base, Eduardo Braga (MDB-AM). Ao todo foram R$ 24,5 milhões em uma única emenda contemplada pelo governo. Em segundo aparece Alcolumbre, com a sua única emenda paga e depois aparece o relator do orçamento de 2025, senador Angelo Coronel (PSD-BA), com R$ 13 milhões em uma única emenda paga. Todas as três emendas se referem a custeio de serviços da atenção primária à Saúde de municípios dos estados base dos senadores, Amapá, Amazonas e Bahia. Emendas empenhadas Já as emendas empenhadas, que bateram recorde de liberação durante os primeiros dias da semana passada, fecharam a semana totalizando R$ 3,13 bilhões para 1.510 emendas parlamentares. O valor liberado apenas na sexta foi de R$ 803 milhões. Foram R$ 594 milhões para deputados federais e outros R$ 203 milhões para senadores. Ao todo, a última semana de junho ficou marcada pela liberação de R$ 2,3 bilhões, sendo R$ 1,7 bilhão para a Câmara dos Deputados e outros R$ 648 milhões para o Senado. Queixas de congressistas Há semanas, parlamentares têm reclamado de atraso do governo na liberação de emendas em 2025. A insatisfação, que abrange tanto senadores quanto deputados, foi um dos fatores apontados pelos congressistas para a noite de derrotas do Planalto na semana passada. Para este ano, o Congresso aprovou mais de R$ 50 bilhões em emendas parlamentares – recursos direcionados por deputados e senadores para suas bases eleitorais. A maior parte é de emendas individuais (R$ 24,7 bilhões). Até o momento, o valor pago foi de 2% do total indicado pelos parlamentares. Diante das críticas, o governo tem justificado que houve mudanças no rito de liberação e pagamento de emendas, atendendo a decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). A Secretaria de Relações Institucionais argumenta que o atraso na aprovação do Orçamento de 2025, apenas no fim de março, também contribuiu para a demora.