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Família de PM morto ao cair do cavalo no 7 de Setembro quer R$ 200 mil de indenização e respostas

Subtenente Paulino Cristovam da Silva morreu após cair de um cavalo antes de participar do desfile de 7 de Setembro no Sambódromo do Anhembi. A foto acima del...

Família de PM morto ao cair do cavalo no 7 de Setembro quer R$ 200 mil de indenização e respostas
Família de PM morto ao cair do cavalo no 7 de Setembro quer R$ 200 mil de indenização e respostas (Foto: Reprodução)

Subtenente Paulino Cristovam da Silva morreu após cair de um cavalo antes de participar do desfile de 7 de Setembro no Sambódromo do Anhembi. A foto acima dele em um cavalo é de sua participação em outro evento do qual já participou, Divulgação/Polícia Militar A família do subtenente Paulino Cristovam da Silva, morto no ano passado após cair do cavalo, momentos antes de participar do desfile de 7 de Setembro em São Paulo, cobra respostas da Polícia Militar (PM) pelo acidente e R$ 200 mil de indenização. Divorciado e sem filhos, Paulino deixou como herdeiros quatro irmãos e uma sobrinha. Um ano depois da morte do policial, seus parentes ainda não sabem como ela ocorreu. Eles também têm direito a receber o valor acima dado a familiares de agentes de forças da segurança pública mortos durante o serviço, como determina a lei estadual 14.984 de 2013. "Passado mais de um ano, três irmãs, um irmão e uma sobrinha de Paulino, que moram nos estados de São Paulo e Pernambuco, ainda não foram informados pela PM quais foram as circunstâncias de como se deu essa morte dele. E todos têm esse direito de saber", falou ao g1 o advogado Dirceu Walber Gonçalves de Lima, advogado que defende os interesses dos parentes do subtenente. Ainda segundo o advogado, desde outubro de 2024 a Polícia Militar parou de dar informações sobre o processo de indenização por morte a que os parentes de Paulino têm direito de receber. "A corporação procurou os familiares para tratar disso, pediu uma série de documentos e depois parou de responder", afirmou Dirceu. Desmaio e disparada Comandante da PM-SP fala sobre policial morto ao cair de cavalo no 7 de Setembro O g1 apurou que para a Polícia Militar a morte de Paulino foi um acidente de trabalho. Procedimento interno aberto pela corporação para apurar as circunstâncias do ocorrido "concluiu que não houve imprudência, negligência, imperícia ou prática de transgressão disciplinar por parte do policial militar acidentado e ele não concorreu direta ou indiretamente para a causa do acidente." "Paulino Cristovam da Silva, acidentou-se na condição 'em razão do serviço', com resultado morte do militar do Estado, e, portanto, o fato deve ser considerado como em decorrência do serviço", informa outro trecho da conclusão do expediente da PM. Desde 2013, o valor da indenização paga a parentes de agentes mortos em serviço saiu de R$ 100 mil para R$ 200 mil, conforme determinação do então governador Geraldo Alckmin (PSDB). Como a própria Polícia Militar informa que Paulino morreu durante o trabalho, seus parentes têm direito à indenização Procurada pela reportagem, a PM não respondeu como Paulino caiu do cavalo, se teve um mal súbito ou se o animal se assustou e o derrubou. A corporação também não informou se irá pagar a indenização à família do subtenente pela morte dele durante o serviço. Iria se aposentar Subtnente Paulino Cristovam da Silva tinha 52 anos. Divulgação/PM Apesar de nenhum vídeo ter mostrado a queda do PM, o caso repercutiu à época na imprensa e nas redes sociais. O agente morreu no seu último dia de trabalho antes de se aposentar. "Isso, amanhã [sábado (7)], confirmado. Confirmado no Diário Oficial: subtenente Cristovam, certo. A partir de segunda-feira [9] tchau, bom proveito para quem fica", diz o subtenente da Polícia Militar (PM) Paulino Cristovam da Silva em vídeo gravado por um amigo policial. A filmagem foi feita no dia 6 de setembro de 2024 durante um treinamento preparatório da cavalaria da PM para o evento cívico-militar programado para o dia seguinte no Sambódromo do Anhembi, na Zona Norte de São Paulo. As imagens foram compartilhadas nas redes sociais (veja vídeo abaixo). Paulino tinha 52 anos, 32 deles dedicados à PM. Ele era da cavalaria da PM e montava Quero-Quero, que estava com 5 anos à época. Ambos se mantinham perfilados com outros policiais e suas montarias esperando o momento certo para entrar no Anhembi. Iriam desfilar para o público e autoridades em comemoração ao feriado da Independência do Brasil. Mas Paulino e seu cavalo não desfilaram. Segundo policiais ouvidos extraoficialmente pelo g1 sob a condição de anonimato, o subtenente teria desmaiado. Quero-Quero saiu correndo com o policial sobre ele. Percorreu uma distância de 180 metros. Durante a disparada, o PM caiu do animal e bateu a cabeça no chão. 'Traumatismo cranioencefálico' Atestado de óbito do PM Paulino (foto em destaque) mostra que ele morreu por causa de um traumatismo craniano Reprodução Quero-Quero foi contido e o subtenente, socorrido. O PM deu entrada num hospital da região, onde já estava sem vida. O atestado de óbito apontou "traumatismo cranioencefálico" por "agente contundente" como a causa da morte. Paulino foi enterrado no Mausoléu da Polícia Militar no Cemitério do Araçá, na Zona Oeste da capital paulista. Foi sepultado como subtenente Cristovam, como era chamado na corporação. Recebeu honras militares e salvas de palmas. Os jazidos do local são destinados a policiais que morreram em serviço, confrontos ou em atos de bravura. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e comandantes da PM compareceram ao velório de Paulino. Segundo seus colegas de farda disseram ao g1, Paulino "era experiente e técnico, gostava muito do trabalho e fazia questão de desfilar todos os anos no 7 de setembro". Nova homenagem PM cai de cavalo e morre antes de participar do desfile de 7 de Setembro em SP No último dia 7 de setembro de 2025, a PM divulgou um novo vídeo em homenagem a Paulino em sua rede social no Instagram. Nele, a corporação informa que o desfile da Independência deste ano "ganhou um significado especial" porque a cavalaria encerrou a apresentação mostrando um cavalo sem montaria para representar a ausência do subtenente. O cavalo usado no Anhembi não foi Quero-Quero, mas outro equino. O animal que estava com Paulino no dia em que ele morreu continua na corporação, sendo utilizado em instruções de montaria e no policiamento operacional. Ainda segundo a PM, foi plantada uma árvore na Praça Nakhle Khouri Gharib, na Zona Norte, para lembrar Paulino. "Sua presença seguirá viva na história da Cavalaria e no coração de todos nós", diz a mensagem na página da corporação. PM de SP homenageou Paulino em 7 de Setembro de 2025 com um cavalo sem montaria entrando no Anhembi Reprodução/Instagram Subtenente Paulino aparece em vídeo gravado por amigo um dia antes do desfile de 7 de Setembro Reprodução/Redes sociais