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Descoberta de proteína ligada ao tecido ósseo abre caminho para prevenir e tratar osteoporose, diz USP

Pesquisa da USP de Ribeirão revela proteína ligada ao enfraquecimento dos ossos Pesquisadores da faculdade de odontologia da Universidade de São Paulo (USP) ...

Descoberta de proteína ligada ao tecido ósseo abre caminho para prevenir e tratar osteoporose, diz USP
Descoberta de proteína ligada ao tecido ósseo abre caminho para prevenir e tratar osteoporose, diz USP (Foto: Reprodução)

Pesquisa da USP de Ribeirão revela proteína ligada ao enfraquecimento dos ossos Pesquisadores da faculdade de odontologia da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto (SP) identificaram, pela primeira vez, que a ausência de uma proteína no organismo humano pode enfraquecer o tecido ósseo. A descoberta pode levar ao desenvolvimento de terapias que previnam a osteoporose, um dos diagnósticos mais comuns atribuídos à perda da densidade. “A relevância do nosso estudo é que, pela primeira vez, a gente mostrou que de fato a proteína está presente no tecido ósseo e que a ausência ou uma menor quantidade dessa proteína no tecido ósseo diminui a massa óssea de uma forma importante e enfraquece o tecido ósseo”, diz o professor Márcio Beloti, da faculdade de odontologia da USP. A proteína analisada é a Agrin, produzida pelas células osteócitos e que age no processo de regeneração do coração. “Como nós sabemos que o coração e o osso têm uma célula originária comum, a mesma célula dá origem tanto ao tecido ósseo como ao coração, nós imaginamos que essa proteína também pudesse ter um efeito sobre o tecido ósseo”, diz o pesquisador. Faça parte do canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp A proteína a Agrin, produzida pelas células osteócitos, age no processo de regeneração do coração Reprodução Os pesquisadores analisaram os resultados ao longo de sete anos. As células in vitro foram observadas em uma estufa. Também foram feitos testes em camundongos com a retirada e a inserção da proteína. “Quando a gente retira essa proteína do osso do camundongo, a gente percebe claramente uma perda de massa óssea e uma perda de força desse tecido ósseo. A gente mostrou que a ausência de fato tem um impacto no enfraquecimento”, diz Beloti. O próximo passo do estudo é descobrir se a baixa produção da proteína Agrin tem ligação com a osteoporose. “O que a gente busca nesse novo estudo é entender se a ausência dessa proteína no tecido ósseo é capaz de agravar o quadro de osteoporose. Se a gente conseguir estabelecer essa relação, a gente pode de fato pensar nessa proteína como um alvo terapêutico para o tratamento da osteoporose no futuro”, afirma Beloti. O professor Márcio Beloti, da faculdade de odontologia da USP em Ribeirão Preto, SP Luciano Tolentino/EPTV LEIA TAMBÉM: Laboratório inédito recém-lançado pela USP estimula sentidos para melhorar bem-estar de idosos Pesquisadores criam ferramenta com IA capaz de prever agressividade do câncer O que é a osteoporose A médica geriatra Mariana Duarte explica que a osteoporose é caracterizada pela perda de massa óssea com a redução da densidade do osso. A doença deixa o paciente mais suscetível a fraturas. Maus hábitos ao longo da vida estão relacionados ao diagnóstico. “Sedentarismo é um fator de risco muito importante, tabagismo - paciente que fumou por longa data -, álcool, hábitos de vida não saudáveis, pacientes que usaram alguns tipos de medicações que podem induzir também a osteoporose, dieta pobre em cálcio, leite e derivados, dieta pobre em proteínas, isso vai aumentar o risco”, diz. Segundo Marina, mulheres estão mais propensas a desenvolver a doença principalmente após a menopausa, que é quando há uma queda hormonal. Mas homens também podem ser afetados. Perda de massa óssea leva à osteoporose Luciano Tolentino/EPTV O diagnóstico é feito por exame, sendo que o principal é a densitometria óssea. A médica alerta que muitas pessoas são diagnosticadas após ter desenvolver sintomas, geralmente fraturas. “É uma doença silenciosa até acontecer a primeira fratura. Os locais mais frequentes de fratura são coluna, quadril, fêmur e punho. O impacto de maior gravidade é na coluna e no quadril”, afirma. A boa notícia é que é possível reduzir a progressão da osteoporose mesmo em pessoas idosas com mais de 80 anos. O processo inclui reeducação alimentar, com a inclusão de cálcio, exercícios físicos e medicamentos. “Se o paciente se motivar a fazer atividade física, principalmente musculação com estímulo três vezes por semana, uma dieta rica em leite e derivados. Se essa dieta for pobre e o paciente não tiver condição de fazer o incremento suficiente, a gente pode suplementar com cálcio. Vitamina D, porque é muito importante a vitamina D do paciente estar em um nível adequado e o tratamento medicamentoso que pode ser oral ou injetável”, explica a médica geriatra. Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão e Franca Vídeos: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região