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Conheça a história de morador do DF que ganhou novo coração e transformou fim de ano em recomeço: ‘vale a pena viver’

Conheça a história de morador do DF que ganhou novo coração Um novo coração batendo e um jeito diferente de enxergar a vida 💗. É assim que termina o a...

Conheça a história de morador do DF que ganhou novo coração e transformou fim de ano em recomeço: ‘vale a pena viver’
Conheça a história de morador do DF que ganhou novo coração e transformou fim de ano em recomeço: ‘vale a pena viver’ (Foto: Reprodução)

Conheça a história de morador do DF que ganhou novo coração Um novo coração batendo e um jeito diferente de enxergar a vida 💗. É assim que termina o ano de Wesley Abreu, de 59 anos. Morador de Sobradinho, no Distrito Federal, ele passou por um transplante de coração em janeiro e diz que hoje vive um recomeço. "Eu sou um outro Wesley, que dá valor às pequenas coisas, a esses momentos com a família. Vale a pena viver, por nós e pelos outros. O transplante traz isso", disse Wesley ao g1. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp. A cirurgia foi feita no Hospital do Coração do Brasil (HCBr), em Brasília, e representou uma virada na vida de Wesley após anos enfrentando limitações. Antes do procedimento, ele já havia sofrido três infartos e, mesmo com tratamento, sua condição só se agravava. Caminhar, respirar e fazer tarefas simples do dia a dia haviam se tornado desafios. Agora, conseguir realizar cada um desses pequenos movimentos passou a ter outro significado: o de recomeço. Às vésperas de completar um ano do transplante, em janeiro, ele diz que ganhou mais do que um órgão: ganhou tempo, fôlego e propósito. Neste período, realizou mais um sonho: acompanhar o nascimento dos netos gêmeos (veja foto abaixo). A filha estava grávida na época da cirurgia. Notícia veio durante um — quase — lanche Wesley e os netos, na sequência: Eduardo, os gêmeos Sarah e Pedro, André e Rafael. Arquivo Pessoal Antes do transplante, o estado de saúde de Wesley era considerado grave. Mesmo seguindo o tratamento corretamente e usando medicações em doses elevadas, o coração já não respondia como deveria. A alternativa possível passou a ser o transplante. Desde que entrou na fila, Wesley conta que fazia apenas um pedido: que tudo desse certo. A notícia que Wesley e a família aguardavam chegou em uma noite comum de janeiro. Ele e a esposa tinham acabado de pedir um lanche, em uma hamburgueria de Sobradinho, quando o telefone tocou. 📞 Do outro lado da linha, a orientação foi direta: não comer nada e seguir imediatamente para o hospital. Havia um coração disponível, captado em outro estado, que poderia ser compatível. A notícia veio acompanhada de uma mistura de sentimentos difícil de explicar. "Liguei para o meu irmão, com quem tenho uma conexão muito forte, chorando, de alegria e de medo, porque afinal transplante é uma cirurgia bem complexa, né?", relembrou. Minutos depois, Wesley já estava no hospital. Na virada do dia 17 para 18 de janeiro, o novo coração chegou. E é ele que bate no peito de Wesley até hoje. Recuperação Wesley e equipe médica durante recuperação no Hospital do Coração Arquivo Pessoal O transplante foi considerado um sucesso. Em menos de 24 horas, Wesley já respira sem ajuda de aparelhos. Quando acordou, surpreendeu a equipe médica. “Eu já voltei falando, conversando, sem falta de ar. Tive que ouvir até um ‘vai com calma’”, lembra, rindo. O pós-operatório, no entanto, exigiu paciência. Foram mais de cinco meses de internação, com momentos difíceis, infecções e imunidade baixa. Depois, vieram a fisioterapia, a reabilitação cardíaca e, mais recentemente, a liberação para retomar atividades físicas e a rotina. "Hoje eu tenho outra qualidade de vida. O transplante motiva a gente a viver". CONHEÇA OUTRAS HISTÓRIAS: DF tem mais de 1,7 mil pacientes na fila de transplantes O que tornou o transplante possível 🩺 A cardiologista Viviane Sabatoski, do Hospital do Coração do Brasil — uma dos vários profissionais responsáveis pela cirurgia — explica que Wesley tinha sintomas graves e sem resposta adequada aos tratamentos disponíveis. Segundo a médica, exames mostraram que o coração já estava em condição crítica e que não havia outra alternativa capaz de devolver qualidade de vida ao paciente. “Ele era um paciente relativamente jovem, disciplinado com o tratamento e com uma vontade muito grande de viver”, afirma. Ela explica que a fila de transplantes no Brasil é única e regulada por critérios como tempo de inscrição e compatibilidade entre doador e receptor. No caso de Wesley, uma combinação de fatores permitiu que o órgão chegasse a tempo. “O transplante envolve uma mobilização enorme de pessoas. Desde a família do doador até profissionais que se unem para que aquela vida continue”, destaca. Um 'sim' que salva vidas Número de transplantes de órgãos cresceu no DF Wesley faz questão de deixar um recado às famílias que autorizam a doação de órgãos, mesmo em meio à dor do luto. Para ele, é um ato de amor que atravessa desconhecidos e gera continuidade. "A gente sabe que é um momento muito difícil para a família tomar esse tipo de decisão, porque, às vezes, ela ainda nem viveu o luto daquela pessoa muito querida. Esse é um ato de amor muito grande. É isso que tem que motivar o ser humano, dar oportunidade às pessoas", afirma. Viviane Sabatoski reforça que o transplante mobiliza muito mais gente do que se imagina e começa, sempre, com a decisão da família do doador. Segundo a médica, quando surge a possibilidade de um transplante, profissionais de diferentes áreas se mobilizam para que o órgão chegue a tempo. “Todo mundo ajuda. Desde quem organiza o transporte até quem segura um elevador. Cada pessoa faz a sua parte para que aquela vida continue.” Para Viviane, esse movimento coletivo é uma das partes mais bonitas do processo. “É quando a gente vê o quanto o ser humano é capaz de se importar com o outro. Um ‘sim’ muda tudo.” Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.