Com custo de R$ 300 mil, Flim é financiada com recursos públicos e patrocínios; festa deve ser remarcada para outubro
Após adiar Flim, prefeito de São José promete nova data para feira A Festa Lítero Musical (Flim) de São José dos Campos ainda não tem data definida para ...

Após adiar Flim, prefeito de São José promete nova data para feira A Festa Lítero Musical (Flim) de São José dos Campos ainda não tem data definida para acontecer, mas, segundo o prefeito Anderson Farias (PSD), a expectativa é que o evento seja remarcado para o mês de outubro. “A nossa ideia é que aconteça o quanto antes, agora, no máximo no mês de outubro, nós queremos fazer. Então, nós vamos aí refazer todo nosso cronograma, nossa agenda, e a gente quer, já nos próximos dias, no máximo em 10 dias, a gente já poder anunciar essa nova data”, afirmou o prefeito. A Flim foi adiada após a jornalista Milly Lacombe ser vetada e ocorrer uma onda de cancelamentos de participantes como forma de repúdio. Essa é a maior crise do evento, que existe há dez anos na cidade - leia mais abaixo. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Vale do Paraíba e região no WhatsApp A organização do evento informou nesta quinta-feira (18) que vai fazer um levantamento financeiro para prestar contas aos órgãos públicos envolvidos no financiamento do projeto. O custo estimado da festa pelos organizadores é de R$ 300 mil, sendo que 85% dessa verba vem de órgão públicos. Para realização da Flim, a AFAC captou recursos de quatro diferentes fontes: 50% via governo estadual, pelo programa de incentivo fiscal de cultura, o Proac; 20% pela lei de incentivos fiscais de São José dos Campos; 15% pelo governo federal, por meio do programa nacional de apoio à cultura, da lei Rouanet; e 15% com patrocinadores privados. O governo estadual informou que a Associação para o Fomento da Arte e da Cultura (AFAC) captou R$ 239,4 mil para festa. A verba é arrecadada por meio de patrocínios incentivados, em que empresas destinam parte do imposto devido. Não há repasse direto pela Secretaria da Cultura do Estado. Com o adiamento, a verba pode ser devolvida, usada em edição futura ou transferida para outro projeto aprovado. Já do governo federal foram captados R$ 149,9 mil, para realização da Flim e outros três eventos. O Ministério da Cultura informou ainda que vai cobrar explicações sobre os motivos que levaram ao veto à Milly Lacombe e que "a análise da prestação de contas considerará o princípio da proporcionalidade e da execução parcial". “A gente ainda não utilizou esse recurso, essa totalidade, utilizou uma parte muito pequena. Gastou em torno de 10% a 15% para poder dar início a execução das estruturas, que agora vão ser desmontadas, tem despesas que já foram feitas. Isso vamos ter que prestar contas e justificar”, declarou Aldo Zonzini, gestor da AFAC. LEIA TAMBÉM: Flim 2025 é adiada após veto a Milly Lacombe e onda de cancelamentos ‘Não poder participar de uma feira literária é uma derrota', diz Milly Veto gera onda de cancelamento de convidados em feira literária Quem é Milly Lacombe, jornalista que teve presença cancelada em feira literária Prefeito reforça veto a Milly Lacombe: 'Com dinheiro público, não vou permitir' Ministério da Cultura emite nota de repúdio e cobra explicações após veto FLIM é adiada após veto a Milly Lacombe e cancelamentos de convidados Polêmica na Flim A Flim de São José dos Campos (SP) - adiada após uma polêmica envolvendo um veto à jornalista Milly Lacombe - é considerada a maior feira literária da região do Vale do Paraíba e uma das maiores do interior de São Paulo. O adiamento foi decidido na noite de quarta-feira (17) após as três curadoras e 16 autores cancelarem participação em protesto ao veto à Milly. Ela foi barrada pelo prefeito Anderson Farias (PSD) depois da repercussão de declarações ao podcast “Louva a Deusa”, no fim de julho deste ano, em que fez críticas ao conceito de família tradicional. Ao g1, o podcast afirmou que a fala de Milly foi tirada de contexto, afirmando que "há discrepância evidente entre o que foi dito originalmente pela convidada e os recortes posteriores usados para promover censura, desqualificação pública e silenciamento" - leia mais abaixo. Criada há 10 anos, a Flim é uma feira literária que promove diversas atividades gratuitas à população, como mesas literárias, lançamento de livros, rodas de conversa, contação de histórias, salas de leitura, shows e ações didáticas. Nas 10 edições até aqui, a Flim já envolveu mais de 300 escritores convidados, com a participação de diversos nomes nacionais e até internacionais. Após veto a Milly Lacombe e onda de cancelamento, Flim 2025 é adiada; nova data ainda não foi definida Foto 1: Vitor Chambon/Divulgação Agência Brasil Foto 2: Divulgação/Prefeitura de SJC Neste ano, a Flim já havia confirmado a participação de profissionais renomados, como Xico Sá, Marisa Orth e a própria Milly Lacombe. Também já participaram do evento Mia Couto, Maria Ribeiro, Gregório Duvivier, Zezé Motta, Laerte, Ignácio de Loyola Brandão, Chico César e o poeta argentino Washington Cucurto. A feira sempre aconteceu Parque Vicentina Aranha, uma área verde considerada um dos principais cartões postais de São José dos Campos Essa é a maior crise que o evento passou desde o lançamento. Outro episódio que gerou polêmica envolvendo a Flim aconteceu em 2022. Na data, durante uma apresentação na Flim, a cantora Maria Gadú segurou uma toalha com o rosto de Lula (PT), que na época era candidato à presidência. No tecido, havia a frase ‘Eu voto’ escrito acima do rosto do político, o que declarou o voto da artista em meio ao período eleitoral. Na época, a Prefeitura solicitou que a AFAC suspendesse o pagamento do cachê da cantora. Dias depois, a entidade confirmou que o cachê ficou retido e que o caso seria denunciado para investigação do Ministério Público de São Paulo e da Justiça Eleitoral. O g1 acionou a assessoria de Maria Gadú, para comentar o caso e confirmar se ela não recebeu o pagamento pelo show, mas não obteve retorno. A reportagem será atualizada caso ela se manifeste. Ao g1, o podcast “Louva a Deusa” disse que "vê com preocupação o uso recortado e manipulado da opinião da escritora e jornalista Milly Lacombe" e, segundo o canal, "há discrepância evidente entre o que foi dito originalmente pela convidada e os recortes posteriores usados para promover censura, desqualificação pública e silenciamento". "O podcast reforça seu apoio irrestrito ao que a convidada de fato promoveu em nosso episódio: reflexão e questionamento lúcidos sobre o uso de valores familiares para promover exclusão e preconceito a corpos dissidentes e outros agrupamentos familiares absolutamente legítimos. Seguiremos sendo espaço seguro para promoção de conversas plurais, confiando em nossa vocação de desafiar o senso comum", finalizou o podcast na nota. Imagem de arquivo - Criança lendo gibi. Júlia Reis/g1 Flim de São José dos Campos Reprodução/TV Vanguarda Convidados cancelam participação após polêmica na FLIM ‘Não poder participar de uma feira literária é uma derrota', diz Milly Lacombe Veja mais notícias do Vale do Paraíba e região bragantina