Cheia de rios no Amazonas compromete fornecimento de energia em comunidades
A concessionária Amazonas Energia declarou que os alagamentos dificultam o deslocamento dos técnicos. 42 cidades já decretaram situação de emergência no e...

A concessionária Amazonas Energia declarou que os alagamentos dificultam o deslocamento dos técnicos. 42 cidades já decretaram situação de emergência no estado. Cheia dos rios no Amazonas deixa comunidades sem energia A cheia dos rios no Amazonas está comprometendo o fornecimento de energia em comunidades. O município de Careiro da Várzea, na Região Metropolitana de Manaus, está praticamente todo alagado. É uma das 42 cidades em situação de emergência no estado. Cheia dos rios no Amazonas afeta abastecimento de energia em comunidades. Reprodução/Jornal Nacional A prefeitura teve que construir pontes de madeira até nas ruas principais. O acesso a comunidades afastadas é mais difícil. Na Costa do Marimba, às margens do Rio Amazonas, 220 famílias também enfrentam a falta de luz. Raimunda Simão de Oliveira, de 87 anos, não consegue seguir a recomendação médica. "É para eu fazer inalação toda às 7 horas da noite, para eu fazer antes de dormir, fazer. Aí eu tenho que fazer. Aí olha, essa luz vai embora. Chegou 11 horas, mas ao meio-dia foi embora. Como é que pode uma coisa dessas, né?", conta a aposentada. Perto dali, para diminuir o calor, a família não pode parar de balançar a rede de Theo, que nasceu há poucos dias. "Para ele não dormir sem energia, metade da noite a gente liga o motor de luz, vai até umas 3 horas. Aí, no percorrer desse resto que falta, a gente embala até de manhã, e ninguém pode deixar sem embalar", relata a mãe e pescadora, Raylla Suzianny Rocha de Oliveira. Em parte da cidade, postes que sustentam a fiação estão tombando com a correnteza. A concessionária Amazonas Energia declarou que os alagamentos dificultam o deslocamento dos técnicos, e que as equipes estão atuando. A escola da comunidade atende 200 alunos da creche à Educação de Jovens e Adultos. Só que desde o fim de maio, as crianças menores, com idade entre 3 e 5 anos, estão em casa no modelo aula remota, por conta do risco de afogamentos. Além disso, a quadra está totalmente alagada, e as aulas de educação física seguem sem previsão de retorno. O risco às crianças é constante. A neta do pescador Clodoaldo Brito Nunes, de um ano e cinco meses, caiu no rio há poucas semanas. "Num descuido ela escorregou, o pezinho dela passou por debaixo do degrau. Para mim, foram dois milagres: um, de nós achar ela. E, no decorrer dos cinco minutos que ela passou embaixo d’água, de ela viver, sobreviver", relembra o pescador. LEIA TAMBÉM Cheia de 2025 afeta 530 mil pessoas e deixa mais da metade do Amazonas em emergência; veja antes e depois Cheia prolongada dos rios no Amazonas expõe moradores a doenças transmitidas pela água contaminada