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Campeãs do judô, irmãs Rafaela e Raquel Silva contam detalhes da trajetória: 'Disse para meu pai que ele tinha dois diamantes brutos'

Rafaela e Raquel Silva revelam detalhes do início em projeto social No tatame do Instituto Reação, no Rio de Janeiro, nasceu uma das trajetórias mais inspir...

Campeãs do judô, irmãs Rafaela e Raquel Silva contam detalhes da trajetória: 'Disse para meu pai que ele tinha dois diamantes brutos'
Campeãs do judô, irmãs Rafaela e Raquel Silva contam detalhes da trajetória: 'Disse para meu pai que ele tinha dois diamantes brutos' (Foto: Reprodução)

Rafaela e Raquel Silva revelam detalhes do início em projeto social No tatame do Instituto Reação, no Rio de Janeiro, nasceu uma das trajetórias mais inspiradoras do esporte brasileiro. Foi ali que Raquel e Rafaela Silva deram os primeiros passos no judô — e na vida. Rafaela se tornou a maior campeã da história do judô brasileiro: bicampeã mundial e medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos. Raquel, por sua vez, foi a primeira atleta do Reação a conquistar uma medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos. Hoje, é a principal treinadora das equipes de competição do instituto. “Na minha primeira competição na federação, fui campeã. Mas o que me deixou feliz não foi a medalha. Era porque todo mundo só tinha um quimono. E o professor disse: ‘quem ganhar, vai levar o quimono azul’. A gente dividia tudo. Quando ganhei, fiquei radiante”, lembra Raquel, emocionada. Ela conta que, antes do projeto, não havia perspectiva. “Hoje, olho para trás e vejo todo mundo formado. Saber que, mesmo caindo, a gente pode se levantar e dar a volta por cima... isso me emociona.” Irmãs de sangue e de luta A relação entre Raquel e Rafaela vai além do esporte. É uma história de irmandade, apoio mútuo e inspiração. “Cresci me espelhando nela. Quando éramos pequenas, não tínhamos muitas referências. Minha referência era minha irmã, dentro de casa”, diz Rafaela. Raquel completa, com bom humor: “Como sou mais velha, comecei a competir e viajar pela seleção primeiro. Depois ela seguiu meu exemplo... e me passou!”. irmãs Rafaela e Raquel Silva revelam detalhes da trajetória Reprodução/TV Globo Dois diamantes brutos O talento das irmãs chamou atenção de um dos maiores nomes do judô nacional: Geraldo Bernardes, técnico da seleção brasileira em quatro Olimpíadas e oito Mundiais. “No primeiro dia de aula experimental, ele chamou meu pai e disse: ‘Você tem dois diamantes brutos. Continue trazendo essas meninas que um dia eu vou colocá-las na seleção brasileira’. Olhei para o meu pai e falei: ‘Esse velho é doido’”, conta Rafaela, rindo. irmãs Rafaela e Raquel Silva revelam detalhes da trajetória Reprodução/TV Globo Criança Esperança e o poder da transformação O Instituto Reação é apoiado pela campanha Criança Esperança. Para Rafaela, esse apoio foi decisivo. “Minha família não tinha dinheiro para pagar minhas viagens e despesas. Se não fosse o Criança Esperança acreditando no Instituto Reação, eu não estaria aqui contando essa história. Independente do valor, só o ato de querer ajudar já transforma vidas. Tem outras Rafaelas por aí que não tiveram a mesma sorte.” A promessa de Paris Antes da Olimpíada de Paris, Rafaela conversou com o sensei Geraldo, já diagnosticado com câncer. “Ele disse que a única certeza que tinha era que eu seria medalhista olímpica de novo. Que ia ficar vivo pelo menos até Paris para ver isso acontecer. Quando terminei a competição por equipe, liguei para ele. E ele falou: ‘Agora eu já posso morrer. A gente conseguiu’.” Hoje, aos 82 anos, Geraldo Bernardes coordena o Instituto Reação no Rio Grande do Norte e segue torcendo pela aluna que ajudou a transformar em campeã. irmãs Rafaela e Raquel Silva revelam detalhes da trajetória Reprodução/TV Globo Veja a íntegra do programa no vídeo abaixo: Confira as últimas reportagens do Globo Repórter: