Alvo dos atos de domingo, Hugo Motta é aconselhado a focar pauta em temas de interesse da população

Alvo das manifestações deste domingo (21), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), está sendo aconselhado a deixar de lado a age...

Alvo das manifestações deste domingo (21), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), está sendo aconselhado a deixar de lado a agenda do desgaste, anistia e PEC da Blindagem, e focar os trabalhos desta semana em pautas positivas de interesse da população. Motta foi retratado pelos movimentos de esquerda como o líder da pauta que beneficia pessoalmente parlamentares e bolsonaristas. O Palácio do Planalto avalia que o momento ruim de Hugo Motta pode ser favorável à agenda econômica do governo. Manifestantes fazem atos contra a PEC da Blindagem e PL da Anistia em diversas cidades Por isso, Gleisi Hoffmann, ministra das Relações Institucionais, vai pedir ao presidente da Câmara para votar ainda nesta semana o projeto que isenta de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, prioridade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) neste semestre do Legislativo. Segundo aliados, Hugo Motta está pagando o preço por ter cedido às pressões do Centrão e dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), colocando em votação a PEC da Blindagem — uma proteção para parlamentares sob investigação pela Polícia Federal, como os inquéritos que apuram o desvio de recursos de emendas parlamentares. E, em seguida, ele colocou em votação o requerimento de urgência do projeto da anistia aos condenados por tentativa de golpe no país. Os dois projetos acabaram gerando munição para que movimentos progressistas e artistas mobilizassem apoiadores para manifestarem nas ruas suas críticas à aprovação tanto da PEC da Blindagem como a anistia aos golpistas de 8 de janeiro. Por sinal, o sucesso dos atos em várias cidades do país animou o governo Lula. O público semelhante aos eventos bolsonaristas demonstrou força não do governo, mas de movimentos de esquerda e da população que, em sua maioria, criticam o Congresso, especialmente a direita. A equipe do presidente Lula destacou a importância de as manifestações terem partido de uma mobilização das ruas. E as de domingo foram organizadas às pressas, a partir da última quinta-feira. Por sinal, nenhuma autoridade ligada ao governo compareceu, tirando dos atos um caráter oficial.