'Alegre porque apareceu a verdade', diz vizinha inocentada após ser presa por envenenamento de crianças no Piauí
Novo laudo mostra que mulher presa, acusada de envenenar dois irmãos, pode ser inocente Lucélia Maria da Conceição, de 53 anos, falou com a TV Clube nesta q...

Novo laudo mostra que mulher presa, acusada de envenenar dois irmãos, pode ser inocente Lucélia Maria da Conceição, de 53 anos, falou com a TV Clube nesta quarta-feira (15) sobre sua absolvição da acusação de envenenar dois irmãos, de oito e sete anos, em Parnaíba. Segundo a mulher, o sentimento é de alegria, satisfação e felicidade. Ela foi inocentada pela Justiça do Piauí na segunda (13). LEIA TAMBÉM: Defesa pede soltura de réu após laudo mostrar substância no organismo dele "[Na prisão] passei momentos ruins, sem dormir, as pessoas me chamando de assassina, dizendo que matei crianças envenenadas. Hoje me sinto muito alegre, muito satisfeita, feliz porque apareceu a verdade pra mostra que não fui eu. Depois que saí da penitenciária, chorei demais, fiquei sem rumo", explicou a mulher. Lucélia contou que ao sair da prisão morou um tempo com o filho. A casa dela, em Parnaíba, foi incendiada e destruída pela população, quando ela foi presa em flagrante. Ela ficou presa por cinco meses e foi solta em janeiro deste ano. ✅ Siga o canal do g1 Piauí no WhatsApp Atualmente, a mulher mora de aluguel e recebe doações. À TV Clube, ela disse que perdoa as pessoas que queimaram sua casa, mas pede justiça pelos danos. "Vou perdoar, mas quero que a Justiça seja feita por essas pessoas que destruíram a minha casa. Chorei tanto de raiva, ficava pensando porque fizeram aquilo comigo. As coisas que tenho hoje foram doadas", disse Inocência declarada O tribunal considerou improcedente a ação penal e decidiu pela absolvição de Lucélia Maria após exames descartarem a presença do veneno nos cajus que Lucélia teria dado às crianças. A avó dos meninos e o companheiro respondem atualmente pelo envenenamento de nove pessoas da própria família e uma vizinha. Dessas vítimas, oito morreram entre agosto de 2024 e janeiro deste ano. Os irmãos morreram em agosto e novembro de 2024. Eles eram vizinhos de Lucélia, que foi indiciada e passou quase cinco meses presa. Ela foi solta em 13 de janeiro, após o laudo descartar a presença de veneno nos cajus. O g1 confirmou a decisão sobre a absolvição de Lucélia nesta terça-feira (14). Agora, o processo deve ser arquivado. Por determinação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), devido às vítimas serem crianças, o processo correu em segredo de Justiça. Portanto, não foram divulgados detalhes. 'Alegre porque apareceu a verdade', diz vizinha inocentada após ser presa por envenenamento de crianças no Piauí Reprodução TV Clube Relembre o caso Ulisses Gabriel e João Miguel da Silva, de 8 e 7 anos, moravam com a família no residencial Dom Rufino, em Parnaíba. Segundo a mãe, Francisca Maria da Silva, de 32 anos, no dia 23 de agosto, Ulisses chegou em casa com um saco de cajus. Os cajus teriam sido dados pela vizinha, Lucélia. Após comerem, os irmãos saíram para brincar. Pouco depois, João Miguel voltou para casa com tontura e moleza. Segundo a mãe, ele estava roxo, com a língua preta, babando e vomitando caju. João Miguel foi levado ao hospital. Pouco depois, Ulisses também deu entrada com os mesmos sintomas. Os dois foram entubados no Hospital Nossa Senhora de Fátima, anexo do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (Heda), em Parnaíba. Em seguida, os irmãos foram transferidos para Teresina em uma aeronave do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). João Miguel morreu em 28 de agosto de 2024. Ulisses faleceu em 10 de novembro, após dois meses internado. Lucélia Maria foi presa no dia do caso. Segundo a polícia, ela tinha histórico de conflitos com vizinhos e suspeitas de envenenar animais. A casa dela foi incendiada por moradores. A prisão foi convertida em preventiva. Lucélia só foi solta após exames descartarem veneno nos cajus dados às crianças. O laudo saiu um dia após a prisão de Francisco de Assis Pereira da Costa, padrasto da mãe das crianças. Ele é suspeito de envenenar um baião de dois servido à família no dia 1º de janeiro de 2025. Quatro pessoas da família morreram: a mãe dos meninos, um tio e uma irmã. Francisco de Assis e Maria dos Aflitos Silva, companheira dele, avó dos meninos e mãe de outras vítimas, são réus pelo envenenamento de 10 pessoas. Oito familiares, uma vizinha e seu filho. Apenas duas pessoas sobreviveram. A audiência de instrução e julgamento do caso ocorreu no dia 5 de setembro, quando a Justiça manteve a prisão preventiva do casal. As acusações O casal Francisco de Assis e Maria dos Aflitos é acusado de envenenar nove pessoas da própria família e uma vizinha. Dessas vítimas, oito morreram entre agosto de 2024 e janeiro deste ano. Eles são réus por 11 crimes — oito homicídios qualificados e três tentativas de homicídio qualificado — e estão presos desde janeiro. Embora sejam 10 pessoas envenenadas, a acusação do Ministério Público considera que uma das vítimas foi alvo de tentativa de homicídio e, posteriormente, de homicídio. Veja quem são todas as vítimas abaixo: Manoel Leandro da Silva, de 18 anos (filho de Maria dos Aflitos e enteado de Francisco de Assis) - morto; Francisca Maria da Silva, de 32 anos (filho de Maria dos Aflitos e enteado de Francisco de Assis) - morta; Ulisses Gabriel da Silva, de 8 anos (filho de Francisca Maria) - morto; João Miguel da Silva, de 7 anos (filho de Francisca Maria) - morto; Maria Gabriela da Silva, de 4 anos (filha de Francisca Maria) - morta; Lauane da Silva, de 3 anos (filha de Francisca Maria) - morta; Igno Davi da Silva, de 1 ano e 8 meses (filho de Francisca Maria) - morto; Maria Jocilene da Silva, de 32 anos, (ex-nora de Maria dos Aflitos) - recebeu alta, voltou a ser hospitalizada 20 dias depois e morreu, também por suspeita de envenenamento; Uma adolescente de 17 anos (irmã de Manoel e Francisca Maria) - recebeu alta; Um menino de 11 anos (filho de Maria Jocilene) - recebeu alta. VÍDEOS: assista aos vídeos mais vistos da Rede Clube